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Amarelecimento dos olhos

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O que é amarelecimento dos olhos?

Falando anatomicamente, a parte branca do olho é conhecida como esclera. Na situação em que há um problema de saúde no corpo, a parte branca do olho vai amarelar. O amarelecimento dos olhos costuma ser acompanhado pelo amarelecimento da pele (icterícia), sugerindo que há disfunção em um dos seguintes órgãos: fígado, vesícula biliar ou pâncreas. É possível que mais de um órgão seja afetado.

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Por que essas mudanças ocorrem? Bem, em indivíduos saudáveis, a hemoglobina é quebrada em bilirrubina; essa substância chega ao fígado e aos dutos biliares, sendo então eliminada pelas fezes. Na situação em que há disfunção ao nível do fígado ou das vias biliares, a bilirrubina passa a acumular-se ao nível do corpo, levando ao amarelecimento dos olhos e da pele.

É importante lembrar que, ao comer alimentos ricos em vitamina A ou beta-caroteno, pode-se experimentar o amarelecimento da pele. Entre esses alimentos estão cenoura, abóbora e melão. No entanto, essa alteração ocorre apenas ao nível da pele, sem que a esclera dos olhos também fique amarela.

Sabe-se que um dos primeiros tecidos que começa a mudar de cor com o aumento dos níveis de bilirrubina é a conjuntiva. Mesmo que se diga que o branco dos olhos fica amarelo, isso não é realmente preciso. A esclera não é aquela manchada com o pigmento amarelo de bilirrubina, mas sim a membrana conjuntival que a cobre.

Segundo especialistas da área, o amarelecimento dos olhos e da pele pode ser classificado em três categorias (de acordo com o mecanismo fisiológico e a patologia):

  • Pré-hepático / hemolítico
    • Patologia que ocorre antes do fígado (causas intrínsecas ou extrínsecas)
  • Hepático / hepatocelular
    • Patologia localizada no fígado (doença hepática)
  • Pós-hepático / colestático
    • Patologia localizada após a conjugação da bilirrubina no fígado (obstrução biliar).

Sintomas de amarelecimento dos olhos

Estes são os sintomas comumente encontrados em associação com o amarelecimento dos olhos:

  • Amarelecimento da pele (icterícia)
  • Perda de apetite
  • Nausea e vomito
  • Perda de peso repentina
  • Estado de fraqueza geral e fadiga (inexplicável)
  • Fezes de cor clara com aparência de sangue
  • Febre e / ou calafrios
  • Dor abdominal (mais comumente no quadrante superior direito)
  • Urina escura
  • Comichão ao nível da pele.

O acúmulo de excesso de bilirrubina no sistema nervoso central pode levar a complicações graves, como kernicterus. Esta é uma disfunção cerebral induzida pela bilirrubina, que pode levar a danos neurológicos irreversíveis e até à morte. Os recém-nascidos apresentam os maiores riscos para essas complicações, portanto, seu nível de bilirrubina deve ser mantido sob controle em todos os momentos (aumento da permeabilidade da barreira hematoencefálica).

O que causa olhos amarelos?

Estas são as causas mais comuns que podem levar ao amarelecimento dos olhos:

Doença hepática (cirrose)

  • As causas mais comuns incluem:
    • Abuso crônico de álcool
    • Infecção viral (hepatite – vírus hepático A, B, C, D ou E)
    • Outros tipos de infecções que ocorrem ao nível do fígado
    • Neoplasma
    • Doença hepática gordurosa não alcoólica (alto risco – obesidade)
    • Hemocromatose (o excesso de ferro é coletado ao nível do fígado, com um impacto negativo em seu funcionamento geral)
    • Doença de Wilson (acúmulo excessivo de cobre no fígado)
    • Porfiria (excesso de porfirina – distúrbio genético)
    • Hepatotoxicidade
    • Hepatite induzida por drogas

Doença da vesícula biliar

  • Bloqueio dos dutos biliares (cálculos biliares – causa mais comum de bloqueio)
  • Cistos da vesícula biliar
  • Crescimentos neoplásicos
  • Processos inflamatórios

Doença do pâncreas

  • Câncer de pâncreas
  • Pancreatite (inflamação do pâncreas)
  • Pseudocistos pancreáticos

Doenças sanguíneas

  • Anemia hemolítica imunológica induzida por drogas
  • Reação de incompatibilidade com transfusão de sangue (emergência médica)
  • Anemia falciforme

Distúrbios genéticos

  • Esferocitose
  • Talassemia
  • Deficiência de piruvato quinase
  • Deficiência de glicose 6-fosfato desidrogenase
  • Síndrome de Gilbert (distúrbio genético do metabolismo da bilirrubina)
  • Síndrome de Crigler-Najjar (tipo I e II)

Doenca renal

  • Síndrome hemolítico-urêmica

Outras causas

  • Icterícia neonatal
  • Leptospirose (febre de rato)
  • Atresia biliar
  • Medicação (mepacrina)
  • Exposição excessiva a fenóis
  • Malária severa
  • Colangiocarcinoma
  • Colestase da gravidez
  • Síndrome de Mirizzi (causa rara).

Diagnóstico

Estes são os métodos mais comuns usados ​​para o diagnóstico das doenças subjacentes:

História médica do paciente

  • Quando os sintomas apareceram pela primeira vez
  • Problemas semelhantes no passado
  • Condições crônicas
  • Tratamentos atuais e anteriores (incluindo intervenções cirúrgicas)

Avaliação física

  • Identificação de icterícia escleral e amarelecimento da pele
  • Palpação do abdômen
  • Cálculo de peso

Urinálise

  • Presença de bilirrubina
  • Icterícia pré-hepática – urobilinogênio
  • Bilirrubina conjugada (icterícia hepática)
  • Sem urobilinogênio → obstrução completa do ducto biliar (icterícia pós-hepática)
  • Bilirrubina conjugada presente na urina + sem urobilinogênio → icterícia obstrutiva, intra-hepática ou pós-hepática

Análise de soro

  • Bilirrubina não conjugada aumentada (icterícia pré-hepática)
  • Proteínas plasmáticas – alterações características (icterícia hepática)
  • Níveis de albumina plasmática baixos (icterícia hepática)
  • Globulinas plasmáticas aumentadas → formação de anticorpos (icterícia hepática)
  • Colesterol sérico elevado (icterícia pós-hepática)

Outros testes

  • Análise de fezes
    • Fezes pálidas – icterícia hepática ou pós-hepática
  • Níveis de fosfatase alcalina
    • Normal (icterícia pré-hepática)
    • Aumentada (icterícia hepática e pós-hepática)
  • Níveis de alanina transferase e aspartato transferase
    • Normal (icterícia pré-hepática)
    • Aumentada (icterícia hepática e pós-hepática).

Tratamento

Estes são os métodos de tratamento recomendados para as condições subjacentes que levam ao amarelecimento dos olhos e da pele:

  • Luz Bili
    • Recomendado em caso de icterícia neonatal
    • O bebê é exposto a fototerapia intensa
    • Também recomendado – banho de sol (promove a produção de vitamina D)
    • Os pais são orientados a realizar alimentações frequentes e eficazes, devido ao fato de que a bilirrubina é reduzida por meio dos processos fisiológicos de micção e evacuações.
  • Fluidos intravenosos (evita a desidratação)
  • Antibióticos (em caso de infecção)
  • Medicamento antiemético (em caso de náusea)
  • Medicamento antiinflamatório ou analgésico (redução da inflamação e alívio da dor)
  • Medicamento antiviral (em caso de infecção viral – hepatite)
  • Corticosteróides (propriedades antiinflamatórias; não podem ser administrados por períodos prolongados de tempo, devido aos seus efeitos colaterais negativos)
  • Quimioterapia ou radioterapia (em caso de câncer)
  • Transfusões de sangue
  • Descontinuação da medicação
  • Intervenção cirúrgica
    • Remoção de obstrução (cálculos biliares)
    • Transplante de órgãos (fígado)
    • Remoção de crescimento neoplásico ou cisto (se possível)
    • Reparação de malformação congênita

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